Hipérbato,
anástrofe, prolépse, sínquise, assíndeto, anacoluto. É desnecessário que se
conheça, em detalhes, a sintaxe para ser um bom leitor. Um texto,
independentemente do gênero, não transmite somente compreensão. Mais do que
isso, é capaz de despertar sentimento.
Parece
que cada vez mais, os textos pobres em conteúdo, são procurados. Os livros mais
vendidos, em destaque nas livrarias, os tão conhecidos best-sellers, nem sempre
são precários nas suas histórias, mas não é esse o fator que faz com que eles
se tornem tão populares. Basta estar na vitrine para se tornar livro de
cabeceira, e o seu leitor, instantaneamente, tornar-se culto.
Por
falar nisso, na época em que O Pequeno Príncipe foi indicado como livro de
cabeceira por várias misses, será que foi realmente lido? Pode até ser que sim,
mas arrisco afirmar que a intertextualidade, tão rica na obra, não foi sequer
reparada. Enquanto algumas obras são consideradas boas por serem populares,
outras, como essa, tornam-se ruins pelo mesmo motivo, enquanto as leituras
deveriam ser escolhidas por quem o faz sem a influência de outras opiniões.
Afinal, não é para isso que servem as boas críticas, é o objetivo, apenas, de
quem lucra com as vendas dos livros.
Cultura ou não, o importante é que se leia, mas
se é para comprar livros de vitrine, que seja o Harry Potter, que instiga
divagações. Entretanto, vale a pena dar uma olhada mais no fundo da loja e
começar as compras pelos autores clássicos, sem deixar de colocar na sacola um
grande contista.
2009
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